sábado, 6 de julho de 2019

O ano dos meus 50 anos








Chegou 2019. O ano em que se passava Blade Runer, filme que assisti sem piscar lá por 1983 e que me encantou com sua história e suas músicas e um Deckard como um herói nu e sujo em uma Los Angeles nua e suja. Me encanta até hoje. E 2019 é o ano que completo 50 anos e isso é muito estranho porque não me vejo como uma pessoa velha, mas quando penso “50 anos” o peso da imagem que me vem à mente é assustador.

O ano em que nasci foi o ano em que o homem pisou na lua. Foi o ano de Woodstock. O ano em que Medici toma posse como presidente e se encarrega das trevas que viriam a seguir sobre essa terra. No cinema estreia Easy Rider nos EUA e Macunaíma no Brasil. Morre Marighella.

Listando assim esses fatos, parecem tão distantes.

Quando mais jovem, pensava que aos 50 anos as pessoas eram velhas, pareciam velhas, tinham muitas rugas no rosto, por vezes encurvadas, cansadas. Não me vejo assim, não me sinto assim. Penso se tenho uma imagem distorcida de mim mesmo e, logo em seguida, dou de ombros. Que importa? Tenho coisas pra fazer, tenho tempo, tenho o que preciso, tenho risadas pra dar, amigos para ver, filhas para abraçar, uma casa pra cuidar, lugares para conhecer, músicas para ouvir, filmes para ver, livros para ler, séries para assistir, gente para amar, muita coisa para falar. Pouco ou quase nada para lamentar.

E esse é o ano dos meus 50 anos. Não vou me desgostar como Deckard, nem tenho motivos pra isso. Pra manter o hábito, vou seguir dando muita risada e brindando por aí, com alguma amiga em um show, em casa na minha companhia ou rodeada de velhas amigas e um eventual cigarro entre os dedos.

Um comentário:

  1. Armando henrique villas boas dias cabral30 de outubro de 2019 às 10:52

    Pois é. Já estou nessa idade há 11 meses. Naquele aniversário, fui pego de surpresa. Nem preparei comemoraçoes que meio século mereceriam, acho.
    Lembro de ter aguardado ansiosamente os 14, os 18, 21, 30, 40... sobre cada etapa eu tinha uma expectativa. Curiosamente, nao tinha expectativas sobre os 50, mal percebi eles chegarem. Será que eu nao esperava estar vivo?
    Com certeza eu nao cumpri as expectativas de épocas anteriores. Talvez tenha sido melhor assim kkkk
    Enfim, depois dessa mini crise existencial, mergulhei mais na terapia, buscando maiores profundidades, e comecei a cuidar de mim. Desengavetei a dieta que a nutricionista havia passado meses antes e eu nunca tinha seguido (na verdade resgatei o e-mail). Comecei a frequentar de verdade a academia que já pagava há mais de ano. Emagreci 10 kg nos ultimos 3 meses. Trouxe pontualidade às revisoes médicas.
    Tenho me sentido fisicamente bem melhor.
    Pelas estatísticas não terei mais 50 para desfrutar.
    Então, o bom, tem de ser agora.

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