segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Morro dos Ventos Uivantes


Cathy e Heathcliff

Pois ontem estava zapeando e me deparei com a versão de 2009 de Wuthering Heights, que eu nunca tinha assistido. Já li o livro de Emily Bronte duas vezes e assisti a versão com aquele chato do Timothy Dalton - horrível por sinal - e uns pedaços da mini-série de 1998, mas só porque tinha o fofo do Matthew MacFadyen como Hareton. Nunca assisti ao de 1939, que dizem ser a melhor versão até agora, nem tampouco aquele em que o Heathcliff foi interpretado por Ralph Fienes (que Deus me perdoe, mas de quem foi a idéia de colocar esses olhos plácidos para fazer um cigano vingativo e meio selvagem???????). Me recuso a comentar Juliette Binoche como Cathy Earnshaw.

Eu adoro essa história. Desde a primeira vez que li não gostei da Cathy, ela era má e egoísta, assim como Heathcliff, mas sempre ficava esperando alguma coisa acontecer para redimir a ambos. Mas nada acontecia. Até que me dei conta de que esse meu sentimento era porque o amor que eles devotavam um ao outro era tão forte que por si só já os absolvia de sua maldade e egoísmo. Uma pessoa que ama e é amada tão intensamente e tanto tem que ter algo de bom, nem que seja somente esse amor. Não havia mais nada pra acontecer, já tinha acontecido.

Acho importante falar sobre Mr. Linton. Quando li o livro Edgar Linton me pareceu um homem muito educado, diria até gentil, uma pessoa de fácil convívio mas de fortes convicções. Não abriu mão de Catherine e tampouco voltou atrás em sua decisão de afastar sua irmã, depois que esta fugiu para casar com Heathcliff. Não gostei de ver um Edgar Linton retratado como um homem covarde e fraco, pois ele não era assim; seu temperamento cortês e educado não poderia ter sido confundido com covardia ou fraqueza, isso é no mínimo ofensivo. Não sei de que forma Linton foi apresentado nos filmes/series que não assisti, mas sinceramente espero que não tenham feito essa sacanagem com ele.

Pra finalizar, minha parte preferida: a despedida de Heathcliff de Cathy, emocionante. Ou então a possibilidade da felicidade uma geração depois, através de Hareton e Catherine. Isso me lembra, pelo avesso, de Cem Anos de Solidão e de que  as estirpes condenadas a cem anos de solidão não teriam uma nova chance na terra.

Precisamente em Wuthering Heights haveria uma segunda chance.

Nenhum comentário:

Postar um comentário