sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Travessuras da Menina Má


Durante a feira do livro em Porto Alegre fiz uma lista de livros que gostaria de comprar e ler/reler. Da minha listinha ganhei um exemplar de O Morro dos Ventos Uivantes, comprei uma edição novinha em folha de Cem Anos de Solidão e, depois de aguardar a minha vez em uma fila de ansiosas leitoras, li Travessuras da Menina Má.

O livro chegou até mim em dezembro e considero que foi providencial pois somente um livro como esse poderia ter encerrado meu ano literário. Também porque o livro ficou tão impregnado em mim que não poderia ler nenhum outro durante algum tempo, o que viria bem a calhar em uma época de festas e férias, etc. Poderia levar meu tempo digerindo, degustando, saboreando a história de amor de Ricardito, o coisinha à toa, e a sua Menina Má. 

Vargas Llosa conta uma história de amor tão forte quanto as mais conhecidas, colocando na minha prateleira de casais perfeitos Ricardito e Lily (ou Madame Arnoux, ou Kuriko, ou Mrs. Richardson, ou a guerrilheira Arlete, como preferir), junto com Elisabeth Bennet e Mr. Darcy, Margareth Hale e John Thornton, Romeu e Julieta, Natasha e Principe Andre, e outros mais que não vou citar agora porque a lista seria longa.

Ricardo é um peruano que conhece Lily aos 15 anos no verão de 1950 em Lima, e apaixona-se profundamente mas o romance não dá muito certo. Ricardo sonhava viver em Paris e de fato vai para lá nos anos 60, já formado e trabalhando como tradutor da Unesco. Lá, de forma surpreendente, ele reencontra a sua Lily e a paixão de adolescente volta com força e o amarra definitivamente à então já Menina Má. Vargas Llosa conta o reencontro deles em outros lugares e épocas, detalhando o momento político e econômico de cada lugar, Paris dos anos 60, Londres dos anos 70, Tokio dos mafiosos, Madrid da transição política dos anos 80, sem nunca descuidar do que acontecia simultaneamente no Peru e na América Latina.

O amor de Ricardito pela Menina Má é inesgotável e sobrevive a todas as traições e abandonos protagonizados por ela sem, no entanto, se diminuir ou perder a própria dignidade. É um encanto o amor e o desamor vividos pelos protagonistas. O livro é fantástico, do tipo que é difícil terminar a leitura, dói porque na realidade não queria que acabasse nunca, muito embora o final seja a cereja do bolo.

Fou um imenso prazer ter conhecido Ricardito e sua Menina Má. Melhor leitura do ano!




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